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segunda-feira, 4 de setembro de 2017

Educação anda para trás com crise e descaso Burocracia, falta de continuidade de projetos e aumento da violência impactam ações

RIO — Por trás da aparente apatia da sociedade, que desocupou as ruas, esconde-se um movimento silencioso, porém vigoroso, que reúne voluntários, organizações não governamentais, empresas e organismos de financiamento que trabalham principalmente na educação e na saúde para ajudar crianças e jovens, especialmente os que se encontram em situação de risco. Visto no detalhe, esse movimento mostra a força da solidariedade e faz imensa diferença na vida de quem recebe ajuda. Observado em seu conjunto, expõe o nervo da questão: as políticas públicas, que têm papel protagonista no desafio de vencer barreiras históricas, como a da formação escolar deficiente, dormem em gavetas de burocratas, ou sofrem cortes brutais por causa da crise econômica.

CINQUENTA PROPOSTAS FEITAS NO 'REAGE, RIO!' PARA VIRAR O JOGO

Na educação e na saúde, as ações dos governos municipal e estadual mais parecem um perverso jogo de tabuleiro no qual, à mercê de quem está no comando por conta de uma eleição, pode-se ficar várias vezes sem jogar ou, pior, voltar várias casas. Até 2014, a educação pública, na capital e no estado, caminhava para começar a resolver seu maior problema, a qualidade, uma vez que o número de crianças matriculadas no ensino básico vinha melhorando. As iniciativas, porém, foram atropeladas pela falência do Estado do Rio. A violência fez surgir um trágico “indicador”, monitorado dia a dia: o número de escolas fechadas e crianças sem aula por conta de tiroteios.


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A interrupção de programas a cada mudança de governo e a falta de dados confiáveis para planejar e acompanhar as ações estão entre as dificuldades para implantação de políticas públicas de longo prazo. O sociólogo e cientista político Simon Schwartzman, pesquisador do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade (Iets), diz que a falta de continuidade, inclusive a constante troca de professores nas turmas, mostra a ausência de um trabalho sistemático de gerenciamento das escolas. Também a falta de segurança atrapalha a discussão de qualidade do ensino. Um caso de deficiência em políticas públicas de duas áreas, produzindo um desastre.


— Primeiro, a escola tem que funcionar, não ter violência, não ser atacada a tiros — afirma o professor.

A execução orçamentária do governo do estado em 2016 expõe as principais vítimas dos cortes: segundo o Tribunal de Contas do Estado, não foram respeitados os repasses mínimos constitucionais para saúde, educação e pesquisa.

Para o professor Fernando do Amaral Nogueira, da Fundação Getulio Vargas de São Paulo, que estuda a descontinuidade administrativa nas políticas públicas, uma forma de a sociedade se proteger é estruturar melhor as carreiras no setor público.

— Os políticos tornaram-se muito dependentes dos cargos comissionados, fora do funcionalismo. Quando esses comissionados saem, em geral perde-se a memória do trabalho realizado. As boas iniciativas não encontram quem as defenda na administração pública — avalia.

No ensino superior, a cidade do Rio de Janeiro reúne o maior número de universidades federais e privadas do país, bem como de institutos de pesquisa de renome internacional, como Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), Fiocruz, Observatório Nacional, Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas (CBPF), Laboratório Nacional de Computação Científica (LNCC), entre outros. Falta garantir que essa imensa vantagem competitiva não seja prejudicada por oscilações de investimento, historicamente afetado em momentos de crise.


— O Estado do Rio, com grande contribuição da cidade do Rio de Janeiro, é o segundo maior produtor de conhecimento científico do país, em áreas como medicina, nanotecnologia, energias renováveis, entre outras. A capital é sede de quatro universidades entre as 20 melhores do país: UFRJ na segunda posição e Uerj, na oitava — diz o professor Jerson Silva, diretor científico da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), destacando que os pesquisadores do Rio viveram um “ciclo virtuoso de financiamento” até 2014, que gerou muitos resultados. — Cerca de 5% do conhecimento sobre Zika foram feitos nos laboratórios do estado.

A Coppe/UFRJ, maior centro de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina, também sofre com ameaças de cortes no orçamento e redução do investimento da Petrobras.

— Os cortes anunciados nos levam de volta a 2010 — diz o vice-diretor da Coppe, professor Romildo Toledo.
https://oglobo.globo.com/rio/educacao-anda-para-tras-com-crise-descaso-21777555
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LULA: “ATÉ O DINHEIRO DO PETRÓLEO PARA EDUCAÇÃO ELES QUEREM TOMAR”

Recebido pelo povo do Piauí como "Doutor do Povo", o ex-presidente Lula recebeu nesta segunda-feira, 4, o quinto título de Doutor Honoris Causa durante sua caravana pelo Nordeste; desta vez pela Universidade Federal do Piauí (UFPI); Lula elogiou os avanços obtidos pelo estado na educação pública e voltou a criticar o governo de Michel Temer e pediu união dos piauienses na luta por mais recursos para a Educação; "Vocês terão de brigar muito Ainda pela educação, porque até o dinheiro do petróleo para educação eles querem acabar", disse Lula; "Se é pra gente ter governo pra fazer o que estão fazendo agora, é melhor a gente colocar o Brasil nas Casas Bahia", criticou Lula sobre o projeto de privatizações do governo de Michel Temer


Lula dedicou a honraria à ex-primeira-dama Marisa Letícia, que faleceu no ano passado, e ao ex-prefeito de São Papulo e ex-ministro da Educação Fernando Haddad. 
Em discurso, Lula elogiou os avanços obtidos pelo Piauí na educação pública. "Eu tenho um motivo especial para me orgulhar deste título de doutor honoris causa, porque vem do estado com a melhor escola pública do País. Criamos as olimpíadas de português e tivemos cerca de 100 milhões de inscritos. As medalhas dos alunos de Cocal dos Alpes são motivo de orgulho para mim. Seus alunos e professores provaram que os alunos de escolas públicas podem, sim, aprender e se destacar na educação", disse Lula. 
O ex-presidente voltou a criticar o governo de Michel Temer e pediu união dos piauienses na luta por mais recursos para a Educação. "Vocês terão de brigar muito Ainda pela educação, porque até o dinheiro do petróleo para educação eles querem acabar. Antes de eu ser eleito, o governo federal fez uma lei proibindo investimento federal em criação de escola técnica. Nós revogamos a lei e fizemos mais escolas técnicas do que eles fizeram em 100 anos. Incluímos estudo da história da África no currículo", disse Lula. 

"Se é pra gente ter governo pra fazer o que estão fazendo agora, é melhor a gente colocar o Brasil nas Casas Bahia", criticou Lula sobre o projeto de privatizações do governo de Michel Temer.



Fonte: https://www.brasil247.com/pt/247/piaui247/315425/Lula-%E2%80%9Cat%C3%A9-o-dinheiro-do-Petr%C3%B3leo-para-Educa%C3%A7%C3%A3o-eles-querem-tomar%E2%80%9D.htm

Brasil é #1 no ranking da violência contra professores: entenda os dados e o que se sabe sobre o tema


Caso de professora em Santa Catarina reabriu debate sobre agressões em sala de aula. Dados mais recentes da OCDE colocam Brasil com pior índice no mundo.


soco desferido por um aluno contra o rosto de Marcia Friggi reabriu o debate sobre a violência contra os professores em sala de aula. Entretanto, o retrato da violência contra os docentes deixa o Brasil fora de foco. Os dados globais mais recentes colocam o país como o mais violento contra esses profissionais. Além disso, estudiosos do tema apontam que faltam levantamentos internos que promovam o diagnóstico do problema.
Uma pesquisa feita em 2015 pelo Sindicato dos Professores do Estado de São Paulo (Apeoesp) apontou que 44% dos docentes que atuavam no estado disseram já ter sofrido algum tipo de agressão. Entre as agressões que 84% dos professores afirmam já ter presenciado, 74% falam em agressão verbal, 60% em bullying, 53% em vandalismo e 52% em agressão física.
Para a socióloga Miriam Abramovay, especialista em violências nas escolas e juventudes, é significativo a falta de dados sobre o tema. "Praticamente nunca foi feito nenhuma pesquisa específica só com os professores. Isso mostra que o tema não é prioritário, como se a violencia não tivesse impacto no ensino, no aprendizado e no cotidiano da escola", afirma.

Brasil #1 no ranking da violência

Uma pesquisa global da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) com mais de 100 mil professores e diretores de escola do segundo ciclo do ensino fundamental e do ensino médio (alunos de 11 a 16 anos) põe Brasil no topo de um ranking de violência em escolas. O levantamento é o mais importante do tipo e considera dados de 2013. Uma nova rodada está em elaboração e os resultados devem ser divulgados apenas em 2019.
Trata-se do índice mais alto entre os 34 países pesquisados - a média entre eles é de 3,4%. Depois do Brasil, vem a Estônia, com 11%, e a Austrália com 9,7%.
Na Coreia do Sul, na Malásia e na Romênia, o índice é zero.

Impunidade

A pesquisadora Rosemeyre de Oliveira, da PUC-SP, atribui a violência nas escolas à impunidade dos estudantes. “O aluno que agride o professor sabe que vai ser aprovado. Pode ser transferido de colégio - às vezes é apenas suspenso por oito dias”, diz. “Os regimentos escolares não costumam sequer prever esse tipo de crime. Aí, quando ele ocorre, nada acontece.”
Para as vítimas, no entanto, as consequências costumam ser severas. Rosemeyre investiga o trabalho dos professores readaptados – aqueles que foram afastados da sala de aula e reinseridos em outra atividade escolar, como na secretaria ou na biblioteca. “A maior parte precisa deixar de atuar nas classes porque tem estresse pós-traumático. Há docentes que foram baleados por alunos, agredidos ou ameaçados”, explica. “Quando assumem outras funções, as vítimas são vistas com preconceito até pelos próprios colegas.”
Rosemeyre, inclusive, é professora readaptada em um colégio estadual da periferia de São Paulo. Ela deixou de atuar em sala de aula quando foi ameaçada, em 2009, por um aluno de ensino médio que estava armado. “Tentei voltar para o trabalho várias vezes, mas não conseguia. É progressivo. Sofria antes de ir à escola. Era afastada pela psiquiatra, a licença terminava e eu não me sentia capaz de retomar o trabalho. Até que desisti. Fui readaptada em 2012. Hoje, trabalho na secretaria”, conta. “A vítima se sente cada vez mais excluída. Eu ainda direcionei isso para a pesquisa acadêmica, para mostrar pelo que a gente passa.”

Violências na escola

Para a socióloga Miriam Abramovay, especialista em violências nas escolas e juventudes, o que ocorre nas escolas deve ser sempre avaliado no plural: violências. Miram foi uma das coordenadoras de um estudo da Unesco em 2002 que avaliou diferentes manifestações do problema.
Ela lembra que as pesquisas mostram que o aluno muitas vezes também é vítima. "A escola exerce uma violência institucional muito forte sobre seus alunos e professores", lembra. Com pesquisas atualmente em andamento no Rio Grande do Sul e no Ceará, ela lembra que muitas vezes o alunos se torna rebelde e agressivo por não se sentir donos do espaços. "Não conseguem participar", afirma.
Sem fazer juízos sobre o caso específico em Santa Catarina, ela lembra que os levantamentos apontam que um dos principais gatilhos para a violência contra as professoras e os professores está justamente no momento em que um aluno é retirado de sala de aula. "Em geral, você cria situações limites que não precisavam ser criadas. Tem que redescutir, para ver como se pode viver melhor", diz a pesquisadora, novamente fazendo a ressalva de que não está analisando o caso específico de Santa Catarina.

"Geração cristal" + "Síndrome do imperador"

A colunista do G1 e especialista em educação, Andrea Ramal, lembra uma declaração da professora agredida em Santa Catarina para refletir sobre o papel dos pais e da sociedade na proteção do professor. Em seu depoimento, a professora escreveu: “Esta é a geração de cristal: de quem não se pode cobrar nada, que não tem noção de nada”.
"A análise (da professora) é coerente com alertas de psicólogos contemporâneos que defendem que os pais estão outorgando poder demais para os filhos. Não estabelecer limites, quase nunca dizer “não” e fazer todas as vontades de crianças e adolescentes são ingredientes-bomba. Derivam na “síndrome do imperador”, um comportamento disfuncional em que os filhos estabelecem suas exigências e caprichos sobre a autoridade dos pais, controlando-os psicologicamente e podendo chegar, não raro, a agressões físicas", afirma Ramal.
 Fonte:http://g1.globo.com/educacao/noticia/brasil-e-1-no-ranking-da-violencia-contra-professores-entenda-os-dados-e-o-que-se-sabe-sobre-o-tema.ghtml